terça-feira, 14 de setembro de 2010

Eu e Você.

Eu respirava intensamente. Minha respiração descompassada e as lágrimas rolavam pela face a todo momento, na estante, o rádio estava ligado em alguma estação, tocando diversas músicas até que uma mais profunda acabou tocando e abalando todas as estruturas que me faziam parecer um homem frio, insensível quanto a situação, que ao primeiro toque da melodia destruiu e converteu em lágrimas. Lembranças, marcas do passado, saudades. Era tudo o que sentia naquele momento e havia se decidido não ir mais contra seus desejos. Enxugando as lágrimas no banheiro, lavando o rosto e logo saindo dali, pegando a chave do seu carro e tomando a avenida de sua casa até o fim, até a casa dela. "Parei de pensar e comecei a sentir..." ele repetiu a frase da música mentalmente enquanto dirigia o percurso, aquele pequeno trecho não saia de sua cabeça.
Logo estava paralisado frente a porta da garota, não sabia muito bem quais seriam suas atitudes, mas sabia que não podia suportar mais estar tão longe dela. Tocou a campainha uma, duas, três vezes, mas ninguém veio atender. Levou então a mão a porta e deu três batidas - toc, toc, toc - um barulho ecoou por dentro da casa que parecia estar vazia. Eu já estava pensando em desistir e quando pensei em me virar uma mão tocou no meu ombro "Posso lhe ajudar?", ela disse sem o reconhecer, até que me virei e pude a fitar de frente. Permanecia tão bela como sempre, seus olhos brilhavam, não sabia eu se por vê-lo ou se fazia parte da beleza natural da mulher que ele amava desde o primeiro dia que se conheciam.
"Se você pode me ajudar?" repeti com a voz um pouco rouca, sentindo os olhos voltarem a se encher de lágrimas, apenas se aproximou dela e a abraçou apertado, envolvendo-a entre seus braços e apertando-a contra si, sentindo o calor do seu corpo. Suspirei pesadamente e dei beijos por toda a região de seus ombros, indo até sua face, dando um beijo mais demorado em sua bochecha e voltei a olhá-la aos olhos. Olhos que revelavam uma pequena e doce criança, que por vezes se tornava uma mulher, que ele amava em todas as suas qualidades e defeitos.
"É você, Gabrielle. É você e mais ninguém. Não suporto mais essa distância, ter que chamá-la pelo nome. Não suporto ser apenas teu amigo quando quero ser o homem da tua vida, o pai dos teus filhos, o seu amor, o seu amante, o seu tudo!" as palavras saiam como balas de uma metralhadora de sua boca, disparando contra ela todo o sentimento que guardava em seu peito desde a última briga.
"Er... Richard." - Ela o respondeu assim que ele parou de disparar as palavras, levando uma mão até o meu rosto e tocando minha face. Aquela mão suave, macia, quente que acalmava todo o meu ser com o seu jeito doce e terno. - "Eu... eu... Eu me arrependi de tudo o que disse naquele dia. Estava com a cabeça quente, sei que você também estava, que tem os teus problemas... Mas eu não conseguia procurá-lo, não tive a mesma coragem que você".
Eu sorri ao ouvir as palavras dela e não quis que ela soltasse mais palavra alguma, apenas a beijei. Beijei como nunca havia feito antes, encaixando nossos lábios ao inclinar minha cabeça um pouco para a esquerda e logo introduzi a língua ao beijo. Sentia novamente o gosto dela, o beijo doce, o seu toque... Sentia o amor fluir naquele pequeno gesto que muitos estavam a banalizar constantemente no mundo.
Após cessar o beijo, dei diversos selinhos em minha amada e mais uma vez me coloquei a sorrir. Fiz carinhos por sua face e também afaguei teus cabelos, mordisquei o meu lábio inferior mostrando o nervosismo que ainda continha em mim, mesmo após a declaração dela. "Gabrielle... Eu te amo." Deixei apenas que as palavras saíssem do fundo do meu coração e senti uma taquicardia logo após ouvir ela dizer "Eu também o amo, meu Richard".
Depois disso passamos a nos entender melhor, vimos que as nossas vidas separadas seria apenas sofrimento para ambos os lados, mas que juntos, poderíamos superar as barreiras, os problemas e poderíamos nos amar dia após dia, cada vez mais, mostrando ao mundo como é bom amar. Continuei tendo meus ciúmes por ela, eu a amava e os ciúmes eram normais com esse sentimento. Mas eu aprendi a conversar, a expor a ela meus sentimentos de forma mais cautelosa e ela também aprendeu isso, aprendemos juntos que seria bem melhor nos amar do que brigar constantemente e sofrer por isso.

0 comentários:

Postar um comentário

 

Um jovem em renovação! Copyright © 2010 | Designed by: Compartidisimo