Paro e me olho no espelho, penso, reflito.
Quem sou eu? Já não sei mais.
Vejo apenas a mesma imagem que conservo a algum tempo,
O mesmo cabelo, os mesmos olhos,
Mesma boca... Tudo permanece igual.
Mas existe algo dentro de mim diferente,
Algo que se transformou e eu não consigo discernir,
Vai muito mais além daquilo que os olhos vêem,
Eu só posso sentir. Sentir meu coração apertado,
Por vezes, batendo acelerado.
Mas eu não entendo, eu não compreendo os motivos.
Todo dia, é sempre o mesmo dia. Ao menos para mim.
Acordar no mesmo horário, cumprir as mesmas tarefas.
Novamente me vejo na frente do espelho,
Vejo o mesmo reflexo de todos os dias.
Tudo permanece igual por fora,
Mas por dentro se mantém aquele misto de sensações,
Algo cada vez mais diferente, estranho...
Algo que nem eu mesmo consigo identificar.
